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A Arte de Engenheirar

Fonte: Revista Predial Brazilian

 

Grupo construtivo se consolida no mercado com centenas de empreendimentos concluídos no Brasil

 

Sócio-diretor e diretor-superintendente da Engeform Engenharia, onde está há mais de 14 anos, o engenheiro André Abucham passou pela posição de Diretor Técnico e Comercial e é responsável técnico por mais de 100 grandes projetos de engenharia. Dentro do grupo Engeform, atua como conselheiro das demais unidades de negócios: Engeform Desenvolvimento Imobiliário, Engeform Energia Renovável. Desta mesma forma, aconselha o Okara Hub, o hub de inovação idealizado pela Engeform em parceria com outras empresas,  focado na tração de startups voltadas para os mercados de engenharia, construção civil, desenvolvimento imobiliário e cidades inteligentes.

Em entrevista especial à Predial Brazilian, Abucham conta que o grupo empresarial que dirige possui mais de 600 empreendimentos entregues por todo o Brasil, com soluções inteligentes e relevantes para diversos mercados, como saúde, infraestrutura, edificações e energia. No setor de saneamento, foi responsável em consórcio, por uma das principais obras nacionais dos últimos anos: a transposição do Sistema Cantareira. O empreendimento interligou as bacias hidrográficas de Jaguari e Atibainha, e implantou uma estação elevatória de alta performance, que garantiu a segurança hídrica para o abastecimento de água da região Metropolitana de São Paulo.

 

Revista Predial Brazilian – Quais foram os seus maiores desafios à frente da Engeform?

André Abucham –  Como a Engeform é uma empresa familiar, um dos desafios tem sido a transição da primeira geração para a segunda. Até eu ocupar a cadeira de diretor-superintendente foram quase 12 anos de trabalho e preparação. Me dediquei muito para conquistar a confiança que os fundadores têm em mim atualmente e sigo me aprimorando para dar continuidade a essa história de 43 anos de sucesso da companhia. Destaco também o ciclo de 8 anos que passei em Nova Iorque, antes de retornar à Engeform e começar minha preparação até assumir a posição de CEO. Depois desse período na cidade norte-americana, voltei cheio de ideias e com um olhar muito mais amplo em termos de gestão para implementar isso em nossa cultura corporativa. Não é à toa que, ao definirmos os nossos princípios organizacionais, a nossa “Visão” de empresa é sermos referência em gestão e desenvolvimento de pessoas, capazes de gerar resultados positivos e bem-estar para o nosso time, acionistas, clientes e sociedade.

E em minha posição, tenho o dever de estar antenado, antecipar tendências, olhar para o mercado e, ao mesmo tempo, zelar pelo time como um todo. Em um mundo dinâmico como o que vivemos, conhecido como o mundo VUCA, preciso me renovar constantemente. Como busco isso? Bom, tive a oportunidade de cursar o Owner and President Management Program, na Universidade de Harvard, realizei algumas especializações nas áreas de engenharia, liderança, gestão, projetos e finanças, sendo o meu estudo mais recente o voltado para tecnologias exponenciais para os grandes desafios do mundo nos mercados de construção civil, engenharia, desenvolvimento imobiliários e cidades inteligentes, conquistado pela participação no evento The Future of Construction, promovido pelo YPO Program, na faculdade de Singularity, na Dinamarca. Também sou membro do YPO (Young Presidents’ Organization).

E essa necessidade de atualização e visão de futuro está totalmente ligada ao nosso desafio de promovermos na Engeform a gestão do conhecimento, transformação digital e inovação, de forma que possamos contratar bons negócios, que superem a expectativa dos nossos clientes.

Eu sempre digo que para uma empresa conseguir se manter e perpetuar de forma sustentável, ela precisa atuar na fronteira do conhecimento, antenada às novas soluções e ser protagonista em seu mercado. Na Engeform, desenvolvemos duas iniciativas voltada para isso. Uma delas, interna, é o Projeto Engenheirar, por meio do qual dividimos nosso time em grupos, que trabalham durante um ano buscando inovação para solucionar uma oportunidade de melhoria mapeada. No fim de cada período, o grupo que somar o maior número de pontos em termos de eficiência e economia para a empresa é premiado com um valor para ser investido em bolsas de estudo. E com essa oportunidade, também trabalho o desenvolvimento dos nossos profissionais e o reconhecimento pelo desempenho que apresentam, além de criar sinergia entre diversas áreas.

A outra iniciativa é externa. No fim de 2017, idealizamos o Okara Hub, atualmente mantido por nós e outras empresas parceiras. Nesse ecossistema de inovação, aceleramos startups dos mercados de engenharia, construção civil, desenvolvimento imobiliário e cidades inteligentes, sempre avaliando oportunidades de fomento do nosso setor e aprimoramento do nosso negócio. Atualmente, estamos na terceira fase de tração, com 13 novas construtechs. Nos ciclos anteriores, 22 passaram por nosso programa, das quais 12 projetos-pilotos implementamos em nossos canteiros e escritório.

 

RP –  Em mais de quatro décadas, quais são as grandes conquistas da companhia que você administra?

André Abucham – Desde a origem da Engeform, seguimos ampliando nossa atuação, transformando sonhos, necessidades e desenhos em realidades. Atualmente, somos três unidades de negócios: Engeform Engenharia, Engeform Desenvolvimento Imobiliário e Engeform Energia Renovável. Especialmente no que diz respeito à construção civil, com mais de 600 empreendimentos e obras entregues, a Engeform Engenharia oferece soluções inteligentes e relevantes para diversos mercados (saúde, saneamento, energia, infraestrutura, indústria e edificações), marcando presença em todo o país. No setor de saneamento, fomos responsáveis, em consórcio, por duas das principais obras nacionais dos últimos anos: a transposição do Sistema Cantareira e a ETE Barueri. A primeira trata-se da interligação das bacias hidrográficas de Jaguari e Atibainha, com a implantação de uma estação elevatória de alta performance, que garantiu a segurança hídrica em São Paulo e Vale do Paraíba. Vale ressaltar que essa foi a maior obra de fundação submersa da América Latina, com 20 km de adutoras e túnel e uma vazão máxima de 8,5m³ de água por segundo da represa Jaguari para a Atibainha e de 12,2m³ por segundo no sentido contrário.  Já a ETE Barueri é a maior unidade brasileira de tratamento de esgotos, capaz de tratar 16m³ por segundo. Destaco ainda que, em parceria com outra empresa, conquistamos um dos lotes da primeira PPP Municipal de Habitação do Brasil e construiremos mais de 160 mil m², 2,7 mil apartamentos na região da Mooca, Zona Leste de São Paulo. Os empreendimentos contemplarão espaços de lazer, entretenimento, esportes, unidades de serviços públicos e comercio.

Na categoria “Construção”, nosso prédio Arquiteto Carlos Bratke possui a certificação Platinum e os edifícios SulAmérica e Jatobá, a Ouro. Além disso, com esse último, conquistamos recentemente o selo Platinum, na categoria “Operação e Manutenção”, colocando o empreendimento na seleta lista dos 10 do país com essa certificação.

Por fim, com a Engeform Energia Renovável investimos na geração de energia proveniente de fontes renováveis, com o propósito de impulsionar a transição para um futuro sustentável. Possuímos experiência em prospecção de áreas e desenvolvimento de projetos, além da operação e construção de parques eólicos. Com um investimento superior a R$ 1 bilhão, atualmente, somos proprietários do Complexo Eólico Serra das Vacas, em Pernambuco, com 142 MW de capacidade instalada, 6 Centrais Geradoras Eólicas e 75 aerogeradores.

 

RP –  Em mais de quatro décadas, quais são as grandes conquistas da companhia que você administra?

André Abucham – Temos inúmeros contratos em andamento e o que me deixa mais orgulhoso em todos eles é que traduzem o nosso propósito: “desenvolver a arte de engenheirar para fazer a diferença na vida das pessoas”.

Na frente de saneamento, por exemplo, estamos construindo uma adutora, também no extremo norte de São Paulo que, quando entregue, triplicará a vazão de água nas cidades de Caieiras, Pirituba, Perus e Jaraguá. Contratada pela Sabesp, a adutora terá um diâmetro 40% superior à existente, que interligará os centros de redistribuição de água da região mencionada. Especialmente com relação à essa obra, destaco que já entregamos uma das fases com 16 meses de antecedência. Isso porque utilizamos tecnologia e inovação no processo de construção. Com a Levitar, uma das startups aceleradas no Okara Hub, que oferece serviços de engenharia, integrando operação com drones, tecnologia de precisão e análise de dados, realizamos o mapeamento topográfico completo da área do projeto por meio de VANTS (Veículos Aéreos Não Tripulados), popularmente conhecidos como drones. Essa técnica forneceu um levantamento completo de informações e a Engeform conseguiu montar um estudo focado na possibilidade de alteração, para o canteiro central, do traçado inicialmente projetado para ser realizado no terço da via. Essa proposta foi apresentada à Sabesp e à CET, que autorizaram a mudança e, por consequência, a obra se tornou mais eficaz e rápida. Em consórcio, a obra consiste na reestruturação de mais de 52KM de dutos, troca de 7,6 mil ramais – tubulação que interliga a rede pública de distribuição de água aos hidrômetros das residências e instalação de válvulas para o controle da pressão do sistema.

Destaco ainda que, no início de 2020, também começaremos a construção de um sistema de esgotamento sanitário em Cariacica, região metropolitana de Vitória, no Espírito Santo. Essa obra foi contratada pela Companhia Espírito Santense de Saneamento (CESAN). No que diz respeito à habitação, além da PPP Municipal de Habitação que mencionei acima, ressalto o empreendimento do Conjunto Habitacional Chácara do Conde, executado em consórcio com outra empresa, na zona sul de São Paulo. Essa obra é dividida em duas frentes, uma voltada para a construção de mais de 1,2 mil apartamentos para famílias de baixa renda, em uma área de intervenção de 218 mil m²; e outra para a urbanização de toda a região da bacia Billings. Com isso, os futuros e atuais moradores locais serão beneficiados com um sistema de saneamento de qualidade e revitalização dos bairros contemplados no contrato.

 

RP – Sobre os projetos citado, houve alguma medida de sustentabilidade?

André Abucham – Com certeza! Ressalto novamente os nossos edifícios comerciais, sob a gestão da Engeform Desenvolvimento Imobiliário. Além dos Green Buildings, que possuem princípios sustentáveis desde a fase de execução de obras, outros prédios também contam com iniciativas para a reutilização de água das chuvas, design biofílico – quando o ambiente é pensado de forma a possuir mais verde/vegetação, presença de horta etc. Para se ter uma ideia, durante a fase de obra do edifício Jatobá, que possui as certificações Green Building Consul Gold e Green Building Platinum em operação e manutenção, a pré-certificação previu a diminuição do impacto de resíduos em aterro em 79%, utilização de 20% de materiais com conteúdo reciclado e 48% de materiais regionais. Outro exemplo entre os Green Buildings do nosso portfólio é o edifício Arquiteto Carlos Bratke que, além do selo LEED, tem também o certificado Procel – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica. Já no canteiro de obra, destacamos o residencial Chácara do Conde, onde utilizamos uma máquina de corte de bloco com um mecanismo que utiliza água para diminuir a poeira, sendo que essa água é sempre reutilizada. Nesse mesmo empreendimento, temos uma horta, reciclagem de materiais, coleta seletiva, kit de mitigação ambiental para garantir a segurança no manuseio de produtos químicos e treinamento dos funcionários para resgate de fauna.

 

RP – Independentemente da área com a qual a sua companhia assuma um projeto, o principal compromisso de todo o grupo é com uma entrega bem-feita, com qualidade, segurança e funcionalidade. Como definir este conceito da sua empresa?

André Abucham – Isso está tão arraigado em nosso modo de ser, que nosso princípio é justamente: “tudo que merece ser feito, merece ser bem feito”. O que procuramos é entender a fundo a necessidade do cliente que está nos contratando, para que possamos oferecer a ele a melhor solução, que seja viável e capaz de superar o resultado esperado. Promovemos a arte de engenheirar em tudo o que fazemos: da análise de oportunidades à gestão de empreendimentos, criamos, aplicamos e compartilhamos conhecimentos, oferecendo propostas inovadoras e relevantes para pessoas e projetos.

Só conseguimos essas entregas cultivando um time de alta performance. Por isso, assim como mencionei na questão anterior, nosso compromisso com o desenvolvimento dos funcionários também é algo muito sólido e prioritário na Engeform.

 

RP – Você diz que acredita que não só o investimento em BIM, mas em inovação e gestão do conhecimento de forma geral é o caminho para conseguir perpetuar o negócio de maneira sustentável e bem sucedido por muitos e muitos anos. Como você avalia o impacto do BIM em uma obra?

André Abucham – É um sistema que nos ajuda na gestão de todo o ciclo do empreendimento, integrando projetos, orçamento, planejamento, controle e administração contratual. Entre outros resultados que essa ferramenta proporciona estão a antecipação de erros, projetos contabilizados, possibilidade de realizar simulações de custo e prazo, redução de retrabalhos, informatização da empresa, marketing e redução de custos totais.

 

RP – Como você avalia o crescimento e investimentos no setor da construção civil diante do atual cenário desafiador em que se encontram a economia do país?

André Abucham – O nosso setor foi um dos que mais sofreu com a retração econômica dos últimos anos, mas, na sequência do mercado imobiliário, já vem apresentando sinais de retomada. Segundo dados divulgados pelo IBGE em meados de outubro, no PIB do segundo semestre deste ano, nosso mercado demonstrou um crescimento de 2% em relação ao mesmo período de 2018. E esse foi primeiro resultado positivo depois de 20 quedas consecutivas.

Isso nos dá uma perspectiva melhor para planejarmos o nosso futuro, com projeções mais positivas e com a possibilidade de elevarmos a “régua” das nossas metas. Na Engeform, por exemplo, apesar de não termos fechado os dados do último trimestre ainda, podemos afirmar que foi um período muito melhor do que 2018. Em termos de novos contratos, alguns deles em parceria, o valor gira em torno de R$ 1 bilhão, o que é consideravelmente superior às contratações de 2017 e 2018.

 

 

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